Beto era um coelho como nenhum outro. Enquanto seus amigos coelhos corriam pelo campo e pulavam por entre as flores, Beto sempre olhava para o céu e sonhava. Ele não queria apenas saltar alto — ele queria voar! Todos os dias, ele observava os pássaros passando por cima das árvores, flutuando nas nuvens, e se perguntava como seria incrível poder voar como eles.
— Um coelho nunca poderá voar, Beto — disse Tico, seu melhor amigo. — Nós somos feitos para pular, não para voar.
Mas Beto não desistia. Ele sabia que, de alguma forma, encontraria uma maneira de realizar seu sonho. Determinado, ele começou a pensar em todas as maneiras possíveis de se lançar ao céu.
Na manhã seguinte, Beto foi até o galpão onde seu amigo Juca, o esquilo inventor, passava horas criando engenhocas.
— Juca, você consegue me ajudar a voar? — perguntou Beto, com os olhos brilhando de expectativa.
Juca coçou a cabeça, pensativo.
— Voar? Isso é complicado… Mas acho que podemos tentar algo. Vamos ver o que conseguimos fazer!
Juntos, Beto e Juca começaram a trabalhar em uma série de invenções. Primeiro, tentaram amarrar balões nas costas de Beto. Ele subiu alguns metros no ar, mas os balões estouraram um a um, e ele acabou caindo suavemente no chão.
— Não funcionou — disse Beto, rindo.
Depois, Juca construiu asas de madeira para Beto. Ele as colocou e tentou pular de uma colina. As asas balançaram, mas Beto não conseguiu se manter no ar por muito tempo e caiu em uma pilha de folhas.
— Voar é mais difícil do que parece — admitiu Juca.
Mas Beto não desanimou. Ele sabia que seu sonho estava cada vez mais próximo.
Naquela noite, deitado sob as estrelas, Beto teve uma ideia: e se, em vez de tentar imitar os pássaros, ele pensasse como um coelho que queria voar? Com esse pensamento, ele foi dormir com um sorriso no rosto.
Na manhã seguinte, Beto teve um plano. Ele chamou Juca e seus amigos para ajudar. Usando pedaços de tecido, madeira leve e cordas, eles construíram um grande balão. O cesto era feito de galhos e tinha espaço suficiente para Beto e alguns amigos.
— Pronto! — disse Beto, olhando para o balão. — Agora sim vamos voar!
Com a ajuda de todos, eles inflaram o balão com ar quente e, lentamente, o grande balão começou a subir. Beto estava dentro, segurando as laterais com força, mas com um sorriso que não cabia em seu rosto.
— Estamos voando! — gritou ele.
Os amigos no chão aplaudiram, enquanto o balão subia cada vez mais alto. Lá de cima, Beto podia ver toda a floresta, os campos e as montanhas distantes. O vento batia suavemente em suas orelhas, e ele sentiu a liberdade de estar no céu, exatamente como os pássaros que ele tanto admirava.
— Consegui! — Beto gritou, rindo. — Estou voando!
O balão flutuou por mais alguns minutos antes de voltar ao solo com segurança. Quando desceu, seus amigos correram até ele, animados.
— Você conseguiu, Beto! — disse Tico, impressionado.
— Eu sabia que conseguiria — respondeu Beto, com um sorriso de orelha a orelha.
A partir daquele dia, Beto se tornou o coelho que desafiou as expectativas. Ele continuou a voar com seu balão sempre que podia, levando seus amigos em novas aventuras pelos céus. E sempre que olhava para o alto, ele sabia que os sonhos, mesmo os mais impossíveis, podiam se realizar com coragem, amizade e um pouco de criatividade.
Fim.